Open Data Day Recife traz múltiplas perspectivas sobre uso de dados abertos

Pelo segundo ano, Recife fez parte da iniciativa global que reuniu mais de 300 eventos ao redor de todo mundo no último 07 de março, o Open Data Day. Foi realizado o maior Open Data Day Recife em linha reta da América Latina, tendo ocorrido dois eventos, um no turno da manhã promovido pela Women in Data Science Recife (WiDS Recife) e o Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife (IP.Rec), e outro no turno da tarde organizado pelo Pernambuco Transparente.

Os eventos tiveram como objetivo ressaltar a importância da abertura de dados e incentivar o reuso pelo governo, empresas e sociedade civil. O Open Data Day Recife organizado pela WiDS Recife e IP.Rec, teve como como principais apoiadores a empresa NeuroTech e a Pró-Reitoria de Comunicação e Tecnologia da Informação da Universidade Federal de Pernambuco (PROCIT) e apresentou perspectivas de diferentes atores do ecossistema de dados recifense. A primeira palestra foi com Edna Jatobá, coordenadora executiva do GAJOP, ONG que atua na promoção e defesa dos direitos humanos, atualmente com status consultivo especial no Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da ONU. Sua apresentação deixou evidente a importância da abertura de dados da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco para dar transparência às ações realizadas por parte do Governo do Estado, assim como para incentivar o aumento da participação da sociedade no desenvolvimento de políticas de segurança.

Em seguida foi apresentado por Caio Scheidegger, pesquisador do IP.Rec e Coordenador do Laboratório de Inovação Digital em Mobilidade Urbana no Porto Digital, o projeto Aetrapp, que visa oferecer autonomia à população no combate ao mosquito aedes aegypti. Essa experiência tem incentivado comunidades a desenvolverem armadilhas para captura de larvas do mosquito, as quais tornam-se pontos de coleta de dados para o aplicativo, formando uma grande rede para identificação dos focos do mosquito.

Por fim, foi realizada uma roda de diálogo composta pelos palestrantes, Ciara Alves - jornalista de dados, diretora-executiva do Jornal do Commercio e coordenadora do projeto #UmaPorUma - e Breno Alencar - Coordenador de Gestão de Projetos estratégicos na Empresa Municipal de Informática (Emprel), instituição responsável pelo Portal de Dados Abertos do Recife. Através da fluida mediação de Emídia Felipe - Community Manager da Comunidade Neurolake -, o debate apresentou perspectivas das diferentes partes integrantes do ecossistema de dados, sendo muito enriquecedor perceber a relevância do tema tanto por parte dos produtores, quanto dos consumidores de dados, tendo em vista a construção de uma sociedade mais participativa quanto ao desenvolvimento de políticas e práticas para melhoria social.

foto com conjunta com todas as participantes do evento, várias pessoas sorridentes Foto com todas as participantes do evento

sala com várias pessoas assistindo a uma palestrante

Palestra "Por quê contamos homicídios?" por Edna Jabotá (GAJOP)

sala com várias pessoas assistindo a um palestrante

Palestra "Aetrapp : Como construir acordos de ciência cidadã e inovação aberta para fomentar a cultura de dados abertos" por Caio Scheidegger (IP.Rec)

cinco pessoas conversando em semi circulo, sendo dois homens e três mulheres

Roda de diálogo com Edna Jatobá (GAJOP), Caio Scheidegger (IP.Rec), Ciara Alves (#UmaPorUma) e Breno Alencar (Emprel), mediada por Emídia Felipe (Neurotech)

uma mulher falando e quatro prestando atenção

Roda de diálogo

Já o Open Data Day Recife: Dados Abertos para um Futuro Melhor, evento realizado no turno da tarde, promovido pelo Pernambuco Transparente, teve como foco o debate de temas como cidades inteligentes, fiscalização de gastos públicos e mapeamento aberto, além de um painel especial sobre jornalismo de dados.

Um dia inteiro dedicado ao tema foi pouco para a quantidade de abordagens possíveis. Ficou a sensação de que precisamos aprofundar o diálogo e fomentar mais eventos na região para tratar sobre o tema.

Artigo escrito em colaboração com Maria Fernanda Souza e originalmente publicado no portal das embaixadoras do Programa Ciência de Dados para Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil.

Ana Cecília Vieira Analista de dados especializada em qualidade de dados. Entusiasta em dados abertos, código aberto e comunidades autogestinadas como instrumento para transformação social. Embaixadora do programa 'Ciência de Dados para Inovação Cívica' da Open Knowledge Brasil e podcaster no Pizza de Dados.

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